LIBERDADE


"Aqui nesta praia onde não há nenhum vestígio de impureza, aqui onde há somente ondas tombando ininterruptamente, puro espaço e lúcida unidade, aqui o tempo apaixonadamente encontra a própria liberdade."

Sophia de M. B. Andresen

domingo, 16 de setembro de 2012

O MEGA AMIGO


Imagem Google

Por 
Mércia Carvalho

Não, ele não é o meu melhor amigo. Ele é mega no sentido de tamanho e volume.
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Dele tenho historias hilárias pra contar e não é mentira não, uma vez que eu faço parte de algumas delas. Lá vai uma!
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Recife, carnaval de 1986.
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Uma semana antes dos festejos de momo lá estava eu nos preparativos para receber a mega figura. A minha primeira providencia foi degelar o “freezer” e a geladeira. Para reabastecê-los fui ao mercado São José, maior centro de tudo que você queira encontrar em matéria de frutos do mar e ingredientes regionais da capital pernambucana, e comecei a minha labuta.
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Fiz um mega cardápio, para sete dias, bem ao estilo da figura, com direito a um fartíssimo café da manhã, almoço substancioso, tira-gostos mil e um prato de resistência para o enfrentamento do carnaval olindense.
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A comilança consistia em todas as ADAS nordestinas possíveis, além de sarapatel, pernil de carneiro e chambaril. E do mar... Ah, do mar? Só não tinha sereia, pois não encontrei a venda.
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E lá estava eu pronta e estocada - geladeira, “freezer” e despensa - para receber a ilustre figura.
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Eis que ele chega, maior do que nunca – tive que abrir mão do meu quarto uma vez que a cama de solteiro que eu havia lhe reservado não era forte o suficiente para acolher aquele mundo de gente – e com uma fantasia para cada dia de folia.
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Estava começando a maratona momesca.
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O dia começava no meio da manhã com um desjejum estrondoso. Ao meio dia o ponto era batido e dava-se início aos trabalhos, etílico e de comilança, que se estendia até o final do dia, hora de esticar até Olinda, aonde ele ia devidamente fantasiado.
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Ainda na terça-feira, final do dia, na hora do “lanche” para ir a Olinda e iniciar o segundo turno, não restava nada do que eu havia feito - que deveria dar para um batalhão durante uma semana inteira - pra contar a história. Exausta, sugeri que fosse pedida por telefone, uma pizza gigante e uma coca-cola de dois litros, o que ele de pronto rebateu:
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- Uma não! Duas pizzas e duas cocas. Sentenciou.
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Quando vi a figura vestida noiva, pronto para mais um expediente, o cansaço me arriou e eu disse a minha filha:
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- Milena, tome conta do seu tio.
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E fui dormir.



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