LIBERDADE


"Aqui nesta praia onde não há nenhum vestígio de impureza, aqui onde há somente ondas tombando ininterruptamente, puro espaço e lúcida unidade, aqui o tempo apaixonadamente encontra a própria liberdade."

Sophia de M. B. Andresen

quinta-feira, 25 de abril de 2013

PAELLA VALENCIANA

Imagem Google

Ingredientes
10 unidades de camarão fresco grande com casca
20 unidades de lagostins com casca
800g de camarão pequeno fresco sem casca
500g de lula em anéis
300g de vieiras
300g de marisco com casca
400g de filé de pescado cortados em cubos médios
500g de filé de frango cortado em cubos
250g de linguiça calabresa cortados em rodelas
800g de arroz parboilizado
30g de alho picado
200g de molho de tomate
100 ml de azeite de oliva
200g de ervilha fresca
2 litros de caldo de galinha fervente
2g de açafrão diluído em água quente
Sal a gosto

Modo de Fazer
Aqueça bem a paelleira
Coloque o azeite e quando estiver bem quente acrescentar o alho.
Quando o alho estiver bem dourado, acrescente o frango e frite.
Em seguida, acrescente o camarão pequeno, os anéis de lula, a linguiça e as vieiras. Deixe dourar.
Acrescente o molho de tomate, o açafrão e o arroz, misture tudo e coloque o caldo de galinha.
Para finalizar coloque o camarão grande, os lagostins e os mariscos com casca e o pescado em cubos e as ervilhas frescas, verifique o sal e cubra com papel alumínio.
Deixe cozinhar em fogo médio entre 18 a 20 minutos e sirva quando o arroz estiver cozido.

NOTA - Caso o arroz ainda esteja duro, acrescentar um pouco mais de caldo de galinha.  



domingo, 21 de abril de 2013

COBRA CIPÓ

Por
Mércia Carvalho

Depois de quase dois meses de andanças entre “Europa, França e Bahia” – como bem diz o poema de Carlos Drummond de Andrade – a minha mãe andarilha, Ody Carvalho, estava de volta a sua casa. Saudosa, mas pronta para outra voltinha - ela é igual a uma menina andeja, para onde você chamar ela vai, contanto que saia de casa.
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Aproveitando o feriado do Dia das Crianças, convidei-a para matar a saudade da nossa querida Papary.  Lá fomos nós: Mamãe, Lina, Léo e eu fazermos um “tour” para, além das fofocas da viagem, saborear algumas das delícias da nossa terra – ela disse que passou fome na maior parte da viagem pelo velho continente, chegando a perder alguns quilinhos, façanha que aqui, mesmo com orientação nutricional ela não consegue.
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Fomos até a nossa casa na Praia de Barreta – onde de cara mamãe comprou cocadas de coco somente para “ajudar” a um velho conhecido - e voltamos por Nísia Floresta para almoçarmos – camarão e galinha caipira - no restaurante de Vavá onde a comida gostosa e caseira, além do ambiente arborizado, nos deixa com vontade de ir ficando por lá comendo e fofocando ao sabor da sombra e do vento.
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Terminada a comilança lá vínhamos nós, todos de barriga cheia. Mamãe saboreando disfarçadamente as suas cocadas, Léo cochilando, Lina tagarelando e eu dirigindo, a 100 quilômetros por hora, apreciando a paisagem, quando de repente ao olhar a minha esquerda, na janela do meu carro, lá estava ela me olhando. A princípio não acreditei.  Olhei novamente e soltei um grito de horror:
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- Uma cobraaaaaaaaaaaaaaa!
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Meu grito foi tão grande e pavoroso que Leo acordou de supetão, saindo dos braços de Morfeu, perguntando:

- Aonde? Aonde?

Lina pinotou para o colo de mamãe sentando em cima das cocadas. 

Mamãe, calmamente, continuou no seu lugar e disse:

- Feche a janela, se fosse um sapo eu estaria morrendo de medo, mas, uma cobra...

E eu, apavorada, com um olho na estrada e outro na cobra, tentando achar a maçaneta da porta e dirigindo quase sentada em cima da alavanca de macha, até conseguir fechar o vidro – nessas horas é que você vê o quanto é bom ter um carro com vidro elétrico.
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Continuamos a viagem. O carro todo fechado, com o ar condicionado ligado e aquela cobra presa na porta pelo rabo. Eu olhando para ela e ela para mim, até a porta da casa de Léo, quando descemos pelo lado oposto em disparada.
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O alarde do mulheril foi tamanho que lá veio o vizinho com uma enxada para matar a cobra. E Léo, entre a sobriedade e a demência dizia acariciando a danada:
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- Coitada, é somente uma cobra cipó! Deixe que mamãe cria... 

domingo, 14 de abril de 2013

QUESTÃO DE GOSTO

Gosto da minha família e dos meus amigos.
Gosto de pessoas verdadeiras que se aceitam, e aceitam os outros como são sem se importar com o que pensam delas.
Gosto das coisas simples.
Gosto do cheiro de terra molhada.
Gosto de azul e branco.
Gosto de ver o mar.
Gosto de livros e de ler.
Gosto de viver.
Não gosto de mentiras nem falsidades.
Não gosto quando o TER é mais importante que o SER.
Não gosto quando a ignorância se sobrepõe a inteligência.
Não gosto de injustiças.
Não gosto de sofrimentos.
Gosto da vida.
Gosto de viver.

Mércia Carvalho

domingo, 7 de abril de 2013

MINHA FILHA ANDARILHA

Imagem Google

Por Mércia Carvalho


Já andei de Norte a Sul deste país atrás da minha filha andarilha.

Nascida em Natal, morou em Brasília, Recife, São Paulo, Macapá, São Borja-RS, Parnaíba-PI e, atualmente, Santa Maria-RS, pense numa menina andeja! 

Não pense que ela é caixeiro-viajante, é professora universitária. Minha filha, quando em busca dos seus objetivos, é a pessoa mais determinada que eu conheço e de quem tenho muito orgulho. Pense numa filha!

Sempre que podemos, estamos juntas, independente do lugar em que ela esteja. Largo tudo: casa, trabalho, marido e filhos. Lá vou eu lhe fazer um “carinhosinho” de mãe e, agora, também de avó. Aliás, pelos meus filhos vou até a Konchichina.

Por causa dela tenho tido a oportunidade de conhecer esse Brasil.

Encantei-me com a região amazônica quando tive oportunidade de conhecer o Amapá. Nunca comi tanto peixe na vida olhando para o rio Amazonas que banha a capital. Até hoje, não esqueço o pirarucu a milanesa com castanha e molho de taperebá – o nosso cajá – prato ganhador de um festival gastronômico e incorporado ao cardápio do Restaurante Cantinho do Baiano em Macapá. Pelo nome percebe-se que o nordestino está em todo lugar...

A minha avó paterna, ela era amazonense, de quem herdei o nome e o gosto pelas comidas exóticas da sua região, me fez adorar pupunha, pato no tucupi, tucunaré, pirarucu e por aí vai. 

Só espero que um dia a minha andarilha volte ao seu porto seguro, Natal, mas, enquanto isso não acontece eu vou atrás dela.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Seis Anos de Saudade

Papai aos 22 anos em Fernando de Noronha durante a II Guerra

"O mundo é mágico. 
As pessoas não morrem, ficam encantadas".
João Guimarães Rosa


Na MAGIA desse mundo me pergunto: Aonde vou haverá um pai igual ao meu?

Faço essa pergunta hoje, dia do dia que marca os muitos dias em que ele morreu. Não por considerar o meu pai um modelo de pai, mas porque ele era o meu pai e, portanto era único. 
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Todos os pais são únicos para cada um de seus filhos, mesmo quando têm muitos, como era o caso do meu. 
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Ele foi especial para mim, diferente do pai que foi para cada um de meus irmãos, embora eu saiba que foi especial para todos eles, de forma diferente da minha. Cada um tem as suas lembranças que fazem de cada um nós o que somos hoje. 
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Não sei se ele me amaria mais do que me amou se eu não fosse quem eu sou. Mas eu senti esse amor incondicional por toda a minha vida. O orgulho que ele sentia de mim. 
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Dele herdei algumas coisas.   Ele era um homem bom, mas acho que eu nem tanto. Não sou assim uma tão boa mulher, mas deixo que pensem que sou. 
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Herdei a lealdade, o gosto de fazer amizade. 
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Herdei o gosto pelas coisas da política embora não tenhamos concluído o nosso sonho enquanto ele era vivo. 
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Herdei o gosto pelas coisas simples, herdei o seu amor pelo mato, o cheiro de terra molhada. 
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Herdei o seu orgulho pela nossa terra. 

As lembranças dele que estão em meu coração.  
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Eu me lembro dele de trás para frente, de frente para trás, os tempos se misturando como se fosse um tempo só. 
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Eu me lembro dele todos os dias. 
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Eu me lembro de todos os nossos sonhos, de todas as nossas aventuras. 
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Eu me lembro de todas as nossas brigas, de todas as nossas risadas, de todas as nossas festas. 
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Eu me lembro de todas as vezes que o acompanhei ao médico, todas as vezes que estive com ele no hospital, eu me lembro de quando ele se ENCANTOU...