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Por
Mércia Carvalho
Brasília ainda era uma jovem cidade, com apenas 20 anos, quando lá, aprendi a dirigir e tirei a minha carteira de motorista.
Aprendi e acostumei-me, desde então, a não buzinar – a não ser quando realmente é necessário -, a manobrar olhando pelos retrovisores, a fazer baliza, a respeitar a faixa de pedestre, a respeitar a sinalização vertical e horizontal, as faixas de rolamento, e, principalmente, respeitar ao próximo, seja ele motorista ou pedestre. Olhe que lá se vão mais de trinta anos...
O Governo Federal poderia, naquela época, ter feito de Brasília um exemplo a ser seguido pelo resto do país no que diz respeito à civilidade e educação no trânsito. Vindo de Brasília são poucos os exemplos que a cidade nos dá – tratou de nos “deseducar” e o trânsito se tornou cada vez pior. Nem mesmo Brasília foi poupada nesse quesito.
Os motoristas?
Ah, os motoristas... Alguns acham que são os donos do mundo.
Assisto de camarote todos os dias, no estacionamento que possuo na rua Princesa Isabel, no centro de Natal, ao desrespeito às Leis de transito, a arrogância e a prepotência dos motoristas – desde o caminhoneiro ao motorista do carrão importado – que transformam num caos o trânsito já combalido do centro da cidade.
É uma luta diária e até agora inglória, contra a incivilidade dos que não respeitam a precária sinalização existente e se acham os donos do pedaço. Não respeitam a nada e nem a ninguém.
Obstruem um único acesso para cadeirantes que existe nas proximidades. Estacionam em cima das calçadas. Estacionam em local de carga e descarga. Estacionam nos locais destinados aos taxis. Estacionam em faixa amarela. Param entre duas placas que – se eles não fossem analfabetos de trânsito e ignorantes de cidadania – poderiam enxergar que ali está sinalizado “Proibido Parar e Estacionar” fechando a entrada e saída de veículos do estacionamento.
Embora já tendo sido feita, através de requerimento a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), a solicitação da presença, diária e sistemática, naquela área, de uma autoridade de trânsito, nada foi feito. Os amarelinhos, como são chamados, amarelaram de vez e não aparecem.
Fui várias vezes à garagem daquele órgão municipal, que ironicamente fica a 100 metros do nosso estabelecimento, para solicitar ajuda. Sempre alegam que primeiro temos que ligar para o telefone 156, que não funciona por falta de pagamento, segundo os próprios funcionários, ficando, então, todos os que têm seus direitos infringidos a mercê dos motoristas infratores das Leis de trânsito, que se acham os verdadeiros donos do mundo.
Acham-se. Mas não são. São apenas pobres mortais com seus carrões. Ignorantes, mal educados, analfabetos e assassinos em potencial. Quanto maior o carro mais adjetivados eles são.