LIBERDADE


"Aqui nesta praia onde não há nenhum vestígio de impureza, aqui onde há somente ondas tombando ininterruptamente, puro espaço e lúcida unidade, aqui o tempo apaixonadamente encontra a própria liberdade."

Sophia de M. B. Andresen

domingo, 1 de julho de 2012

Cozido tem cara de domingo

Imagem Google

Por
Mércia Carvalho

Eis um prato que me traz saudades da infância. O cozido.
Lembro-me, quando criança, na minha pequena e querida Nísia Floresta, que só havia abate de gado uma vez por semana. E o domingo era o dia do cozido.
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Naquela época não tínhamos a variedade de verduras e legumes que temos hoje, mas o cozido que minha mãe fazia continha tudo o que podíamos dispor para que ele se tornasse um prato substancioso e suculento, onde a nossa “pequena” família, composta de oito filhos e todos os agregados afilhados de papai e mamãe. Na mesa grande nos deleitávamos com um verdadeiro cozido nordestino.
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O aprendizado da infância é para a vida toda.
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Nas três refeições do dia, todos reunidos à mesa, era hora de alegria e contentamento. Eu sempre dizia que a nossa família era um circo em constante espetáculo. A cada data festiva, a cada almoço, a cada reunião, era uma festa e... Algumas brigas também.
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Eu, festeira por natureza, sempre gostei de casa cheia e de cozido. Já fiz cozido para uns poucos e também para um batalhão de amigos. Certa vez, durante um veraneio, fiz um cozido numa panela tão grande que eu para alcançá-la, no alto do meu metro e meio, tive que me equilibrar sobre um tamborete.
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Cozido é isso, é plural, dentro e fora da panela. Ele tem a cara do domingo. E, não é um prato para se comer sozinho. O cozido é um prato para reunir a família e os amigos, e matar, além da fome, a saudade.

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