LIBERDADE


"Aqui nesta praia onde não há nenhum vestígio de impureza, aqui onde há somente ondas tombando ininterruptamente, puro espaço e lúcida unidade, aqui o tempo apaixonadamente encontra a própria liberdade."

Sophia de M. B. Andresen

domingo, 8 de julho de 2012

O GATÃO QUARENTÃO

Imagem Google

Pode ser que alguém goste de farra, mas igual ela eu não conheço.
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Festeira por natureza. Organizadíssima. Anfitriã de mão cheia.
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A Flor, minha amiga, é uma dessas pessoas. Ela nasceu para sorrir, sonhar, sofrer de vez em quando e, acima de tudo, viver a vida do jeito que a vida quer.
Vez por outra, dependendo do grau da dificuldade – e são muitas - leva uma queda, mas com sua fortaleza lá está ela novamente de pé, festejando a tudo ou arranjando ao que festejar.
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Nos quarenta anos do seu "Gatão" – é assim que ela chama o marido –, numa sexta-feira à noite, ela organizou uma festança para os muitos amigos. Afinal ele estava entrando nos “enta” e esse era um motivo a mais para ela comemorar. Dali pra frente o seu gatão seria um quarentão.
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Uma festa maravilhosa, chiquérrima, a decoração, a música, o serviço... Com tudo o que seu gato gostava e tinha direito.
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Lá pelas quatro da manhã, só restando à turma da resistência, ela chega para mim e pergunta:
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- Vamos tomar banho de piscina na casa de “Vizinha”?
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- Vamos. Respondi de pronto.
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Vale salientar que “Vizinha” era a minha vizinha mesmo e que para irmos até lá tínhamos de atravessar a cidade. Até aí tudo bem. Mas alguém teria que avisar à “vizinha” e naquela época não existia celular. Imagine você, uma pessoa ir dormir tarde e ainda ter que atender ao telefone antes das cinco da manhã!
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A desculpa de Flor era:
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- Eu não mandei ela sair cedo da festa!
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E ligamos. Do outro lado da linha uma voz tenebrosa atendeu.
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- Alôoo????!!!
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E as bêbadas do lado de cá, cantando:
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- Acorda bela, abre a janela vem ver o luar... Estamos indo praí tomar banho de piscina. Estamos levando tudo.
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- Podem vir. Respondeu ela.
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E lá se foi à caravana com as malas dos carros repletas de comida e bebida.
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No meio da manhã do sábado, com a segunda convocação, começou a chegar mais gente, um deles com um sanfoneiro a tira colo. O forró começou a comer no centro.
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Fizemos um arroz de caranguejo para levantar e moral do povo.
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O Gato começou a dormir pelos cantos - coisas da idade – e a Flor comemorando seus quarenta anos.
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Às dez da noite consegui transpor o muro que separava a minha casa da casa de “vizinha”.
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Gatão, marido da minha amiga, só conseguiu colocar na cabeça dela que já estava bom de tanta comemoração às dez horas da manhã do domingo.
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 Pense num aniversário!

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