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Quando em 14 de novembro de 1995, eu, recém chegada a Natal, ela surgiu na minha frente, indicada para trabalhar na minha casa, eu lhe indaguei:
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- Você quer cuidar da minha filha Lucinha?
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Ela olhou para os olhos cor de mel e os cabelos de anjinho barroco de Lucinha, então com um ano e pouco de idade e respondeu sim sem pestanejar, mesmo sem nunca ter cuidado de uma criança.
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Eulina, uma seridoense de Currais Novos, de quem gostei de cara e passei a chamar de Lina, tonou-se desde então a minha companheira de todas as horas.
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Nesses quase dezesseis anos de convivência e respeito mutuo, passamos juntas por alegrias, tristezas e transformações profundas e definitivas. Hoje ela faz parte da nossa família. É, acima de tudo, minha amiga e, também, minha irmã. Por muitas vezes, minha mãe e mãe dos meus filhos.
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De babá de Lucinha, hoje com quase dezessete anos, transformou-se, por circunstancias da vida, numa senhora dona de casa - da minha casa - por quem tenho um profundo amor e respeito e a quem confio os meus filhos.
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Ela é o melhor exemplo do discípulo que ultrapassa o mestre, o amor pela arte de cozinhar transformou-a numa exímia cozinheira, onde a alquimia em transformar um prato simples num manjar dos deuses consiste no prazer e no amor pelo que faz. Nada de comida requintada, é a nossa cozinha brejeira, sertaneja, bem nordestina mesmo.
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